O Banco Mundial considera o programa Bolsa Família uma experiência
importante que contém lições a outros países sobre políticas de redução
da desigualdade social. “Montar um sistema de proteção social não é
apenas algo que pode ser feito, mas que deve ser feito e que é
possível”, disse o diretor de Proteção Social do Banco Mundial, Arup
Banerji, durante o painel Bolsa Família, uma década de inclusão social
no Brasil, nesta quinta-feira (30), em Washington, nos Estados Unidos.
“O programa mostra que é possível estabelecer metas ambiciosas,
colocando o foco das ações nas famílias”, elogiou Banerji. “Além disso,
aponta que se pode buscar e produzir evidências científicas para
implementar e aprimorar o programa”. Ele e outros diretores do Banco
Mundial estiveram reunidos com a ministra do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, Tereza Campello. Com a política de transferência de
renda, 36 milhões de brasileiros se mantêm fora da linha de pobreza do
ponto de vista de renda.
Tereza Campello apresentou à diretoria do Banco Mundial os resultados
da experiência brasileira. “O Bolsa Família é hoje o carro-chefe do
governo brasileiro na área social”, comentou. “O programa foi um dos
vetores estratégicos das mudanças alcançadas pelo Brasil nos últimos
anos, embora não tenha sido o único”.
Para o vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina, Hasan
Tuluy, a retirada de 36 milhões de pessoas da extrema pobreza é uma
conquista memorável e exemplo para outros países. “Não apenas apoiamos a
execução do programa no país desde 2004, como também aprendemos muito”,
disse. “Temos tido a chance de falar sobre o Bolsa Família a outros
países, para que se inspirem na experiência brasileira antes de
implementar programas sociais.”
Diretora do Banco Mundial, Sri Mulyani, enfatizou que o primeiro
passo na implantação de um programa como o Bolsa Família em outros
países é estabelecer o público-alvo, identificar e registrar as famílias
em situação de miséria, o que constitui um desafio principalmente para
as nações mais pobres. “O Brasil, com o tamanho e a complexidade que
tem, nos provou que é possível administrar um programa como este e nos
deu lições sobre oferta de serviços e redução da pobreza focada nos
segmentos mais jovens da população”, analisa. “Mas não se pode
subestimar o desafio que o país ainda irá enfrentar para conseguir
chegar àqueles que ainda não foram alcançados pelas ações.”
Fonte: Blog do Planalto