Em termos absolutos, o Brasil é 4º país do mundo com maior número de mortes no trânsito, ficando atrás somente da China, Índia e Nigéria.
O Instituto Avante Brasil realizou um levantamento mundial sobre
mortes no trânsito em 2010, estruturando um ranking comparativo dos dez países
mais violentos. O levantamento, inédito, teve por base o relatório “Global
Status Report on Road Safety 2013”, da Organização das Nações Unidas, que
mostra o número de mortes de 183 países. Em relação aos que não
disponibilizaram dados recentes, o total de mortos foi estimado por meio de uma
análise regressiva, o que viabilizou com confiança a comparação entre eles.
Em termos absolutos, o Brasil é 4º país do mundo com maior
número de mortes no trânsito, ficando atrás somente da China, Índia e Nigéria.
É possível notar que essas mortes também estão intimamente conectadas ao IDH
(índice de desenvolvimento humano), que, por sua vez, tem por base a educação,
a longevidade e a renda per capita. Dentre os 10 países mais violentos do
planeta não aparece nenhum do grupo do capitalismo evoluído e distributivo,
fundado na educação de qualidade para todos, na difusão da ética e no império
da lei e do devido processo legal e proporcional (Dinamarca, Suécia, Suíça,
Coreia do Sul, Japão, Cingapura, Áustria etc.).
Nenhum dos 10 países comparados
está no grupo dos que contam com mais elevado IDH (47, no total), com exceção
dos Estados Unidos, que é responsável pela maior frota de veículos do grupo e
do mundo. Apresenta, de qualquer modo, o menor número de mortes por 100 mil
pessoas (11,4, contra 22 do Brasil). Vejamos:
Segundo o Datasus, em 2010, foram
registradas 42.844 mortes no trânsito do Brasil. Esse número, atualizado em
2011, chegou a 43.256 mortes (o ranking, no entanto, foi feito com base nos
números de 2010 de todos os países). Em 2014, de acordo com projeção feita pelo
Instituto Avante Brasil, o número de mortes no trânsito estimado é de 48.349.
Sendo assim, este ano, estima-se que ocorram 4.029 mortes por mês, 132 mortes
por dia e 6 mortes por hora, ou seja, uma a cada 10 minutos. Com a chegada do
Carnaval esse número pode ser ainda maior. Em 2013, só nas estradas federais,
ocorreram 157 mortes nesse período. Com o aumento da frota assim como do fluxo
viário, os acidentes e mortes podem ter incremento.
O Brasil somente deixará de ser
um país pobre, ignorante, corrupto e violento (também no trânsito) quando suas
instituições essenciais (Estado/democracia, sistema capitalista, império da lei
e do devido processo e a sociedade civil) deixarem de seguir a lógica do
capitalismo selvagem, extrativista e concentrador, para se alinhar aos países
do capitalismo evoluído e distributivo (Áustria, Austrália, Nova Zelândia,
Islândia, Canadá, Alemanha, Coreia do Sul etc.), que contam em média com 5/6
mortes para cada 100 mil habitantes.
Fonte: JUSBRASIL Notícias