Os pais de Isabela foram atropelados por um
caminhão, em Goiânia. A mãe morreu na hora. O pai foi levado para o
hospital, mas não resistiu. O bebê sofreu fraturas na perna e na
clavícula
Grávida
de oito meses e a caminho da última consulta pré-natal, Antônia Dulcimar
Batista foi atropelada com o marido, Vladimir Lopes Oliveira, no Bairro Goiá,
região noroeste de Goiânia - GO. O casal, que estava em uma moto, havia parado no
semáforo, bem perto do Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais), quando um
caminhão o atingiu, na manhã de terça-feira (4/2). Antônia morreu na hora.
Vladimir chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos. Em
meio à tragédia no asfalto, um choro chamou a atenção de quem assistia
estarrecido a mais um episódio de violência no trânsito. Isabela nasceu com 50
centímetros e 2,5kg.
Embora
o bebê tenha sido expulso da barriga da mãe, que se abriu com o impacto da roda
do caminhão sobre o corpo de Antonia, o estado de saúde dele é bom. “A menina
está no pronto-socorro, tomando mamadeira. Teve uma fratura na perna direita e
na clavícula. Mas fizemos ultrassom da cabecinha, do abdômen. Cardiologistas e
neurologistas já a avaliaram e podemos dizer que, caso não haja nenhuma
surpresa, ela vai se recuperar logo, sem nenhuma sequela”, contou Ivan Isaac,
pediatra e diretor técnico do Hospital Materno Infantil. Segundo ele, o clima
na unidade de saúde é de festa em torno da menina nascida em condições tão
improváveis. “Diria que é um caso excepcional, não apenas no Materno Infantil,
mas no Brasil.”
O
acidente aconteceu na Avenida Santa Maria. Atrás da moto em que estava o casal,
parou um caminhão, no semáforo. Um segundo caminhão, em alta velocidade, não
conseguiu frear a tempo e bateu na traseira do primeiro veículo, que passou por
cima da moto. As pessoas que estavam no local foram fundamentais para o resgate
da criança. O bebê foi retirado de baixo do caminhão e colocado sobre um
protetor de sol, usado em párabrisas de carros, até a chegada do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Foi um anjo que apareceu nessa hora
porque, se não fossem esses primeiros-socorros, a criança teria morrido”, disse
o pediatra Isaac. Isabela segue internada sem previsão de alta, apesar do bom
estado de saúde.
O
serigrafista Vladimir Lopes Oliveira, pai de Isabela, estava vivo quando a
ambulância chegou. Confuso, agitado, com politraumatismo e uma forte
hemorragia, ele chegou a ser levado para o hospital, mas, devido a uma parada
cardiorrespiratória, morreu na mesa de cirurgia. A roda do caminhão passou
sobre o abdômen de Vladimir. A autópsia feita no Instituto Médico Legal (IML)
verificou que praticamente todos os órgãos dele foram esmagados.
Fonte: Jornal Braziliense
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